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sábado, 1 de setembro de 2012

Esporte Clube Sírio resgata ídolos do basquete brasileiro

Cena recorrente: Sucar dando autografo para jovem
A cena repetiu-se diversas vezes durante o sábado (25) no ginásio do tradicional Esporte Clube Sírio, em São Paulo. Os meninos Renan e Daud, ostentando camisas do clube com os números 5 e 48, respectivamente, além de seus nomes bordados, circulavam entre os gigantes ex-jogadores de basquete do clube colhendo autógrafos para o exemplar do livro ‘Kanela, um eterno campeão’  que carregavam.

A oportunidade era única: diversas lendas da seleção brasileira, e que também escreveram história no Sírio, estiveram presentes à quadra para a reinauguração da Galeria dos Imortais – homenagem prestada aos 11 atletas que mais vestiram a camisa do clube – além do espaço destinado aos campeões mundiais interclubes, conquistado em 1979.

Auxiliados por parentes, os meninos identificavam os gigantes em meio ao publico presente, composto por ex-atletas, familiares e sócios, para conseguir os registros no livro que conta a trajetória de Togo Renan Soares, vulgo Kanela, comandante da seleção nacional durante seu período mais vitorioso.

A homenagem conferida fez com que estivessem reunidos alguns representantes da seleção brasileira que, sob comando de Kanela, conquistou dois mundiais (1959, no Chile, e 1963, no Rio de Janeiro) e duas medalhas de bronze em Jogos Olímpicos (1960, em Roma, e 1964, em Tóquio).

Com o nome na Galeria, Menon fala ao Faculdade da Bola 
Entre os representantes ‘sírios’ que faziam parte da geração mais vitoriosa do basquete nacional, estavam Amaury Pasos (presente em todas essas quatro maiores conquistas), Mosquito e Antônio Sucar (campeões mundiais de 1963 e medalhistas de bronze de 60 e 64), Victor Mirchauswka (mundial de 63 e Olimpíadas de 64), e Luiz Cláudio Menon (campeão mundial em 63, mas que não esteve em Tóquio no ano seguinte por decidir dedicar-se aos estudos universitários). Desses, Amaury e Victor não estiveram presentes à celebração.

O pivô   Luis Cláudio Menon, campeão mundial em 1963, ressaltou a importância e satisfação pela homenagem recebida. “É um dia especial em minha vida. A galeria dos imortais já existia, de uma maneira mais simplória. Era simplesmente uma camisa com o nome do atleta e seus títulos, mas hoje a diretoria refez essa galeria, tornando-a maravilhosa. Foi uma homenagem maravilhosa, que esta registrada através de algumas fotos que jamais nos esqueceremos”, disse Menon. “É uma enorme satisfação sermos homenageados em um país que não tem memória. O Sírio está contrariando essa máxima”, destacou o pivô, que defendeu o clube durante toda sua carreira, entre 1963 e 1974.

Observado por Menon, Renan (5) colhe mais autografos
Do grupo dos campeões mundiais pela agremiação, em 1979, Oscar e Marcel faziam parte da seleção brasuca vencedora do memorável pan-americano de Indianápolis, em 1987, contra os Estados Unidos, donos da casa. A dupla teve seus nomes gravados na placa ao lado do placar eletrônico da quadra, juntamente dos outros integrantes do time, técnico e dirigentes.

Atualmente o Esporte Clube Sírio não possui mais equipes profissionais de basquete, mas ainda conta com categorias menores, mantendo o incentivo à prática da modalidade no país, o que pode ser comprovado pela grande quantidade de crianças e adolescentes praticantes do esporte no evento.

Dentre estes jovens, Renan e Daud já contavam com o livro repleto de rabiscos ilegíveis ao final das celebrações. Para eles, assim como para quase todos, pode ser difícil identificar os autores de cada um dos garranchos. Entretanto, não é nada que interfera na verdadeira aula de basquete e história que todos os presentes tiveram naquela agradável manhã de sábado.

A Galeria dos Imortais e dos campeões mundiais podem ser vistas ao lado do placar eletrônico 

Guilherme Uchoa


Fotos: Guilherme Uchoa

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