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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Basquete brasileiro está pronto para Londres

Huertas em ação contra a Argentina durante o Super Four
Apesar das sérias deficiências e dificuldades financeiras apresentadas pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB) e reveladas pela edição de junho da revista ESPN, em quadra a seleção nacional passa por seu melhor momento das últimas décadas.

Comandados pelo argentino Rubén Magnano, campeão olímpico com sua nação em 2004, o Brasil finalmente está preparado para a disputa dos Jogos Olímpicos de Londres, com abertura oficial marcada pra sexta-feira (27). Foram 16 anos, ou três edições, longe do maior evento esportivo do mundo, antes da conquista da vaga na Copa América de Mar del Plata, no ano passado.

Depois de diversas tentativas, que não foram atendidas nem mesmo durante o pré-olímpico das Américas, o país conseguiu juntar em uma mesma convocação aqueles que são tidos como a nata do basquete verde e amarelo. Nenê, do Washington Wizards, que desde 2010 não atendia aos chamados por diversos motivos pessoais e profissionais, e Leandrinho, do Indiana Pacers, que também esteve ausente do torneio classificatório do ano passado, juntaram-se as outras duas estrelas da NBA Anderson Varejão (Cleveland Cavaliers) e Tiago Splitter (San Antonio Spurs), além de Marcelinho Huertas (Barcelona - ESP), Marcelinho Machado (Flamengo), Giovannoni e Alex Garcia (ambos do Brasília), entre outros.

A série de amistosos realizados pelo grupo provaram a boa fase. Jogos equilibrados contra a experiente e poderosa equipe argentina, conquistando inclusive o torneio Super Four, em Foz do Iguaçu, por 91 a 75, vitoria fácil sobre a Espanha B (até pouco tempo nossa seleção não teria condições de fazer nem ao menos uma partida equilibrada contra os reservas espanhóis), e finalmente uma belíssima atuação contra o 'já medalha de ouro' Estados Unidos, na derrota por 80 a 69.

Os norte americanos, que realizaram alguns amistosos que não passaram de jogos de exibição, devida a facilidade em aplicar placares elásticos,  tiveram que suar para superar o Brasil. O poderoso ataque comandado por algum dos principais nomes do esportes como LeBron James e Kobe Briant ficou limitado a meros 80 pontos, muito aquém dos três digitos que esta acostumada a atingir.


O pivô Nenê voltou a servir a seleção brasileira

O primeiro quarto da partida foi vencido pelos brasileiros com uma diferença de 10 pontos. O terceiro e último quarto terminaram a favor dos gringos, mas com placar equilibrado. O segundo período de jogo que pesou contra nosso selecionado. Huertas e Cia marcaram apenas cinco pontos contra 20 das estrelas norte americanas.

Apesar das falhas apresentadas nesse pobre segundo quarto de partida ante norte americanos, em que o Brasil foi desarmado com extrema facilidade, permitindo rápidos contra ataques ao adversário, a experiencia de enfrentar de igual para igual a favoritíssima candidata a medalha de ouro provou o atual status de nossa seleção.

Depois deste confronto, o grupo também perdeu por pequena diferença para a França, de Tony Parker, ganhou com facilidade a Austrália, adversário da estréia, no domingo (29), por 87 a 71, e atropelou a Tunísia em 87 a 54.

Além dos australianos, o Brasil enfrenta China, Espanha, Grã-Bretanha e Rússia na primeira fase do torneio.

A opinião dos craques

Amaury Pasos ressalta a força dos rivais na primeira fase
O ex-jogador Amaury Pasos, bicampeão mundial pelo Brasil em 1959 e 1963, e duas vezes medalha de bronze, nos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960, e Tóquio, em 1964, analisou o atual momento do Brasil e os adversários da primeira fase olímpica. "A seleção teve méritos de conseguir a classificação, mas agora é difícil. Se jogar muito, muito bem, pode ser que consiga uma medalha, mas acho difícil. Estamos em uma chave que tem a Espanha, que é candidata a medalha de prata. Tem Austrália, da qual somos fregueses seculares, então qualquer adversário é peleira", disse em entrevista ao Blog Faculdade da Bola.

Outro representante da fase mais gloriosa de nosso basquete, o ex-pivô Antonio Sucar, que defendeu o Brasil na conquistas das duas medalhas olímpicas, além do título mundial de 63, no Rio de Janeiro, tem mais esperanças em uma possível conquista em solos ingleses e, para isso, usou como exemplo outra seleção comnadada por Magnano. "Nas olimpiadas de 2004 o melhor eram os Estados Unidos, mas quem ganhou foi a Argentina", lembrou durante entrevista concedida à equipe do Blog Faculdade da Bola em seu escritório, em Moema, capital.

Sucar acredita na conquista de medalha em Londres
O gigante, argentino de nascimento, ainda vê com bons olhos a presença de seu compatriota Rubén Magnano no comando do time e cogita uma posição no pódio em Londres, para repetir a conquista de sua geração. "Rubén é muito bom técnico, ele deu força para nossa seleção. Se a gente tiver sorte, pode ser medalha de bronze ou medalha de prata. Até o sonho impossível, de uma medalha de ouro", vislumbra Sucar.

Talvez o sonho de Antonio Suca não seja algo tão inatingivel. Resta ao torcedor brasileiro acreditar que uma possível medalha - não importando sua cor - seja o catalisador necessário para impulsionar a modalida no país, reeditando os tempo gloriosos de Amaury e Sucar.


Guilherme Uchoa

Fotos: Colin Foster/ Divulgação CBB (Huertas e Nenê), Gabriel Soares (Amury) e Guilherme Uchoa (Sucar)



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